terça-feira, 26 de abril de 2011

O desafio do mercado internacional




No Brasil, as micros e pequenas empresas (MPEs) representam aproximadamente 95% das empresas formais, empregam 52% das pessoas ocupadas e contribuem com 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Daí a importância delas no aumento da participação brasileira no comércio internacional, hoje pouco superior a 1%.

A internacionalização das MPEs do Brasil é um desafio que será vencido através de um amplo esforço coletivo, que por meio de vários programas e ações, viabilizarão a exportação de produtos e serviços originados das MPEs, a exemplo do que é feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) através do Projeto de Internacionalização.

A saída é dotar as MPEs de conhecimento internacional e capacidade de inovação, flexibilidade e cooperação dos agentes de governo que induz a internacionalização das empresas, a expansão dos negócios e o ganho de competitividade. Isso resulta em maior solidez no mercado interno, criando um círculo virtuoso para as empresas e para o País. Observa-se que há uma relação muito forte entre inovar, internacionalizar, crescer, ganhar competitividade e se posicionar melhor no mercado interno. Para isso é necessário também crédito diferenciado, considerando as características das operações e das empresas.

O Brasil ocupa hoje um lugar de destaque no radar internacional, porém é necessário que as MPEs estejam preparadas para o surgimento de inúmeras oportunidades, onde a velocidade de adaptação aos acontecimentos e o entendimento das especificidades de cada país é que vão ditar o sucesso.

No início de sua internacionalização, as MPEs podem lançar mão da exportação indireta, através de parcerias sólidas com comerciais exportadoras. A Apex lançou em 2008 o projeto Tradings do Brasil visando dar maior credibilidade à relação das empresas com as comerciais exportadoras do Brasil. Estas parcerias não eliminam a necessidade de a empresa apostar no aprendizado contínuo, no treinamento especializado no produto e no mercado e no controle dos custos. A participação nas Câmaras de Comércio bilaterais ampliam o leque de informações e são fundamentais na interação com governos, empresários e sociedade.

É extremamente importante a aprovação das mudanças no Supersimples permitindo que os valores com exportações possam superar os limites impostos pelo sistema de tributação até o teto de R$ 7,2 milhões anuais. Isto fará com que se amplie a participação das PMEs no mercado externo, pois desonera a exportação e diminui o custo dos produtos, minimizando os efeitos do câmbio que tornou o real supervalorizado frente ao dólar. Hoje, das quase cinco milhões de empresas enquadradas no Supersimples, só 12 mil exportam.

A criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa, o reforço das ações do Sebrae, órgãos de fomento às exportações, Câmaras de Comércio e Empresários, reforçarão a inserção e manutenção desta grande força de trabalho no mercado internacional, aproveitando assim o excelente momento que o Brasil vive no radar mundial dos negócios.

Roberto Marinho - Diretor da Ceará Trade Brasil e presidente da Câmara de Comércio Brasil Angola (CE).

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